terça-feira, 5 de maio de 2009

Arte no século xx, focando década de 10.

Este texto discutirá alguns aspectos relevantes sobre a arte na década de 10 no século XX. Para tanto faremos uma breve contextualização, neste primeiro tópico, século num todo procurando relacionar a arte com alguns eventos históricos marcantes.
O século XX – período iniciado em primeiro de janeiro de 1901 e tendo fim em trinta e um de dezembro de 2000 – ficou marcado pelos inúmeros avanços tecnológicos, conquistas cívicas e grandes mudanças nos quadros do poder. Argumenta-se que o século XX assistiu a remodelagem da face do planeta de modo que nenhum século anterior havia feito. Apesar de tantas conquistas e mudanças, esses anos podem ser citados também como a “A época dos grandes Massacres ” já que nunca se matou tanto como nos conflitos ocorridos neste período: século que por muitos foi apelidado de “Século Sangrento”.
Nossa atenção – apesar de todas as mudanças políticas, econômicas, tecnológicas e ambientais – recai sobre as mudanças sociais que, de forma direta ou indireta, abarcam e refletem as mudanças em todos os outros campos citados. É com vistas a ser o espelho deste social, mesmo que vez por outra seja um espelho com certa capacidade presciente, que a arte se enraíza fundo nas dores, tensões e esperanças (por que não dizer necessidades?) das pessoas que lhe são contemporâneas.
Acompanharemos o desenvolvimento e triunfo da cultura ocidental por meio de diferentes tecnologias implementadas no século passado. Rádios, televisão, cinema, internet, contribuíram para popularizar o “american way of life”. Este modo de vida foi alvo de um mimetismo por grande parte dos países neo-colonizados (depois chamados países de terceiro mundo). Tanto os sonhos de consumo roupas, utensílios, organização familiar, quanto o modo de organização “taylorista”, ou “fordista”, da produção foram espalhados pelo mundo como universais desejáveis, e mais, indicativos do “grau de civilidade” de um dado povo. A reprodução técnica dos produtos também se fará sentir sobre a arte, como escreveu Walter Benjamin em seu texto chave “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica”. O século XX conhecerá, em toda profundidade, o que é a cultura massificada.
Massificada também serão as novas técnicas de extermínio utilizadas nas Grandes Guerras (I e II) Mundiais, além de centenas de outros conflitos em menor escala que marcaram com sangue boa parte do século XX. Formas totalitárias de organização Estatal (fascismo e nazismo) vão se desenvolver na primeira metade do século para serem destituídas no fim da II Grande Guerra. Porém, as mensagens preconceituosas de poder, xenofobia e hegemonia de determinados povos em detrimento de outros ainda são presentes no século XXI. Exageros por parte das democracias liberais, ávidas por lucro de um lado, e dos países socialistas alucinados em controle de outro, também garantiram que dezenas de milhões de vidas fossem desgraçadamente tiradas ou toldadas em suas possibilidades – não se interessa por leitura ou aspira excelência quem precisa lutar (literalmente) pelo pão de cada dia –. Dessa fonte perene de sangue jorrará boa parte da inspiração, por mais obscura que seja, para obras artísticas de delicadeza desconcertante, vide o painel “Guernica” (1937) de Picasso. Só um exemplo dentre milhares de obras na forma de pinturas, esculturas, livros, peças e filmes, que bebem do pior que o século XX ofereceu.
O entretenimento contou com a popularização e massificação do cinema e da televisão. Mas foi na música que encontramos uma guinada revolucionária – a invenção da guitarra foi elemento fundamental na equação –. As mensagens dos novos cantores dos mais variados estilos (jazz, blues, rock) gravitará entre os dois extremos: engajamento e protesto social ou alienação e fruição do que, apesar de tudo, ainda há de belo no mundo. Podemos observar esta postura dentro de um único grupo musical, por exemplo, os Beatles. Compare-se, à revelia, as letras de “strawberry fields forever” (1966) com a letra de “all you need is Love” (1967):

Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see
It's getting hard to be someone
But it all works out
It doesn't matter much to me
Let me take you down
Cause I'm going to
Strawberry Fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry Fields forever
(strawberry fields forever )
There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say, but you can learn how the play the game
It's easy
There's nothing you can make that can't be made
No one you can save that can't be saved
Nothing you can do, but you can learn how to be you in time
It's easy
All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

(all you need is love)

É interessante pensar que estas duas letras, ambas de John Lennon, podem representar bem o espírito cindido do século XX: ora lançado num abismo obscuro de cegueira alienada e descaso, reino do ódio a si e ao outro – o dia D, Auschwitz, Vietnã, ditaduras militares –; ora postado à beira do precipício da esperança, da possibilidade de romper com a escuridão e criar algo para além da norma, terra do amor e da liberdade – Woodstock, movimentos de descolonização, Paulo Freire e Carlos Lamarca –.
Agora voltaremos nossa atenção para desenvolvimentos artísticos que surgiram e floresceram na década de 10. Estes movimentos são:
Cubismo, podemos considerar o cubismo como sendo o verdadeiro início da arte contemporânea, pois nesse movimento continha todas as tendências artísticas que marcaram o século XX. A influência de Paul Cézanne sobre Georges Braque, que também se exerceu sobre Pablo Picasso, foi o mais importante fator para o nascimento do movimento gerado a partir das experiências dos mesmos.
O cubismo desenvolveu-se inicialmente na pintura, que por sua vez valorizava as formas geométricas (como esferas, cones e cilindros), surgida no ano de 1907 a pintura cubista conheceu seu declínio com a primeira guerra, terminando em 1914. Em 1908 Em 1908, o artista Georges Braque expôs alguns quadros em Paris no Salão de Outono. Numa de suas telas apareciam telhados que se fundiam com árvores, dando a sensação de cubos. O pintor Henri Matisse teria expressado nesta oportunidade, que "ele despreza as formas, reduz tudo a esquemas geométricos, a cubos", derivando daí a denominação Cubismo. O pintor espanhol Pablo Picasso é considerado como o gênio do Cubismo, e seu nome se transformou em ícone do movimento cubista.
Do Cubismo nasceram o Neo-plasticismo (arte geométrico-construtiva) de Piet Mondrian de que derivaria a Arte Concreta, a Arte Neoconcreta brasileira e a Optical Art. O Dadaísmo com o Papier collé (colagens) que o dadaísta Kurt Schwitters com seus merzbilder criaria as primeiras instalações. Francis Picabia e Marcel Duchamp também aderiram ao Cubismo dando origem ao Dadaísmo (inspirador da Art Pop norte-americana) e ao Futurismo. As Vanguardas Russas, com influência sobre o Suprematismo de Kazimir Malevitch, o Construtivismo de Antoine Pevsner e Naum Gabo e contra-relevos de Vladimir Tatlin e Alexander Rodchenko. A Arte do objeto, (antecipação) uso de novos materiais e reciclagem dos dejetos do cotidiano (ex. esculturas Bandolins, guitarras, etc. de Pablo Picasso - 1911/12).
Alguns dos principais artistas deste movimento são, Pablo Picasso, Georges Braque, Juan Gris, Robert Delaunay, Fernand Léger, Albert Gleizes e Jean Metzinger
Cubismo e suas características:· a utilização das formas geométricas para representar as figuras, não se obedecendo os princípios clássicos de representação dos objetos tais como são vistos; · Ocorre destruição da harmonia das cores e formas; · decomposição das figuras ao extremo, abandonando a aparência real das coisas; · apresentação dos objetos com todas as suas partes num mesmo plano; · a preocupação não é o que se representa, mas como se representa; · o objeto pintado é fruto de uma decomposição e de uma recomposição do objeto feita pelo artista.
Podemos citar também outro movimento, o Futurismo, movimento artístico tipicamente de vanguarda, embora tenha surgido após o Cubismo. Seu primeiro manifesto foi publicado em 20 de fevereiro de 1909, em Paris, no “Le Figaro” .Seus pontos fundamentais são, a exaltação da vida moderna, da máquina, da eletricidade,do automóvel,e da velocidade, 1909 a 1914.
Principais artistas: Umberto Boccioni, Carlo Carrá, Luigi Russolo, Gino Severini, Giacomo Balla.
Características do Futurismo:· Precedência da teoria sobre a prática e pretensão de ser "moderno", com exclusividade da expressão mais avançada da arte do seu tempo, características que, também, marcaram outros movimentos de vanguarda.· Movimento que mais produziu manifestos.· Expressão do dinamismo, ponto essencial da estética futurista.· Busca de uma linguagem intensa, dinâmica, audaciosa capaz de expressar as novas concepções de espaço e movimento.
Expressionismo, surgido no ano de 1910, este talvez seja o único movimento de vanguarda histórica que cujas idéias mantêm hoje relativa atualidade. Pelo menos durante a sua fase inicial, contestou a sociedade industrial, a massificação e pregou o retorno a natureza. A visão de arte do expressionismo não coincidia com a noção de progresso tecnológico. O Expressionismo pode ser visto como uma tendência permanente da arte, especialmente nos países nórdicos, que se acentua nos períodos de crise social ou espiritual, encontrando, assim, na época moderna um terreno propício para se desenvolver.
Principais artistas: Ernst Kirchner, Erich Heckel, Karl Schmidt, Wassily Kandinsky, Edvard Munch, Oskar Kokoschka.
Características do Expressionismo:· deformação proposital da realidade; · abandono das regras tradicionais de equilíbrio da composição temática; · abandono da harmonia das cores e formas; · expressão veemente do pessimismo; · importância dos sentimentos humanos (angústia, desespero e amargura).· a expressão de uma autenticidade fundamental do ser humano, que se exprime em explosões de cores violentas e traços dramáticos.
Em plena guerra no ano de 1916, quando tudo fazia supor uma vitória alemã, surge em Zurique, na Suiça, através de um grupo de refugiados o mais revolucionário, radical movimento da vanguarda européia: o Dadaísmo A própria palavra dadá, escolhida (segundo eles, ao acaso) para batizar o movimento, não significa nada. Negando o passado, o presente e o futuro, o Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias e as ordenações lógicas. Aliás, também é contra os manifestos, como afirma um de seus iniciadores, Tristan Tzara (1896/1963), em seu Manifesto Dadá 1918. Importante era criar palavras pela sonoridade, quebrando as barreiras do significado, importante era o grito, o urro contra o capitalismo burguês e o mundo em guerra.
Principais artistas: Tristan Tzara, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Raoul Hausmann, Hans Arp, Hans Richter, Kurt Shwitters.
Características do Dadaísmo:· não significou um movimento artístico no sentido tradicional, mas uma rebelião, um novo modo de pensar, um novo sentir, um novo saber, uma arte nova em meio a uma liberdade nova;· forma de expressão de modo positivo enquanto possibilitou total liberdade de criação, que nos foi deixada como legado;· forma de expressão de modo negativo quando invocava a destruição da arte, a não arte, a antiarte, negando até mesmo, a própria revolução Dadá;· não propunha nenhum estilo;· utilização da fotomontagem (descoberta pelos dadaístas) como meio para o sarcasmo;· rompimento com o fazer artístico causado pela utilização e apropriação do que já estava feito (ready-mades).
Finalmente, o Surrealismo, lançado em París, em 1924 por André Breton um ex-integrante do Dadaísmo, que rompera com Tristan Tzara.
É importante salientar que o Surrealismo é um movimento de vanguarda iniciado no período entre guerras, ou seja, foi criado sobre as cinzas da Primeira Guerra e sobre a experiência acumulada de todos os outros movimentos. Entretanto, suas origens estão mais próximas do Expressionismo e da sondagem do mundo interior, em busca do homem primitivo, da liberação do inconsciente e da valorização do sonho.
Principais artistas: Salvador Dalí, Ives Tanguy, Max Ernst, Juan Miró, René Magritte, Paul Delvaux, André Masson.
Características do Surrealismo:· valoriza a intervenção fantasiosa na realidade; · ressalta o automatismo contra o domínio da consciência; · as formas da realidade são completamente abandonadas.· Explorar o inconsciente, o sonho, a loucura; aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência.

Referencial bibliográfico:

JANSON, H. W. Iniciação à história da arte. 2° ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996.
HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Extremos. São Paulo: Ed. Cia das Letras, 1995.
http://www.artenarede.com.br/asp/verpincelada.asp?codigo=105

História da arte, professor Marajá.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Painel da década de 10












Professora Luciene, estudo do design de moda.






domingo, 3 de maio de 2009

Análise de Imagem



Nesta imagem percebe-se como unidade principal uma mulher. Ela pode ser segregada em unidades secundárias como: o vestido,o turbante na cabeça , as pulseiras, o colar.
Notam-se agrupamentos por proximidade e semelhança no vestido tanto por linhas verticais e pontos visuais da estampa do vestido.
As linhas orgânicas delineiam o corpo da mulher e as linhas geométricas estão presentes principalmente na roupa, a partir das listas e pontos estampados no vestido. É uma imagem tridimensional, apesar de não mostrar um volume acentuado no seu todo.
Pelas linhas da roupa, projeção da direção e posicionamento das subunidades expressa o movimento.
O sistema visual possui opacidade nas roupas e na estampa, há sobreposição no vestido. A roupa e o turbante parecem obedecer o sistema rítmico alternando as formas geométricas e listras dando uma idéia de aleatoriedade que cria um movimento e quebram a seqüencialidade e quebram o padrão geométrico inicial.
A contraste de proporcção, volume, e prufusão dos componentes do trubante do caelo parece incompatível com outras subunidades , age como ruído visual,criando uma incoerência que quebra a harmonia esperada,possui uma boa pregnância. Caracteriza-se por uma organização formal fácil de ser assimilada, de ordem e de regularidade, reforçado pelo equilíbrio simétrico com distribuição equitativa dos esos visuais, acrescida de integração e coerência dos elementos que o compõem.

Professora Eliecília

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bolsa

Dani

Lu

Eliz


Processo de Criação da bolsa:
1° - Cortar o Molde;
2° - Cortar o tecido na mesma forma do molde ( alça, parte de fora, forro e bolso)
3° - Costurar a alça e virar;
4° - Costurar o bolso;
5° - Costurar o forro, dos lados primeiro e depois na parte de baixo;
6° - Costurar a parte de fora, dos lados primeiro depois a parte de baixo;
7° - Juntar a parte de fora com o forro e a alça.


quarta-feira, 29 de abril de 2009